sábado, 12 de abril de 2008

Crimes Monsanto - Manipulação alimentar

Crimes da Monsanto são revelados em livro.

25/03/2008Da Carta Capital
A Monsanto produz 90% dos transgênicos plantados no mundo e é líder no mercado de sementes. Tal hegemonia coloca a multinacional norte-americana no centro do debate sobre os benefícios e os riscos do uso de grãos geneticamente modificados. Para os defensores da manipulação dos genes, a Monsanto representa o futuro promissor da "revolução verde". Para ecologistas e movimentos sociais ligados a pequenos agricultores, a empresa é a encarnação do mal.


Esse último grupo acaba de ganhar um reforço a seus argumentos. Resultados de um trabalho de três anos de investigação da jornalista francesa Marie-Monique Robin, o livro Le Monde Selon Monsanto (O Mundo Segundo a Monsanto) e o documentário homônimo são um libelo contra os produtos e o lobby da multinacional.


O trabalho cataloga ações da Monsanto para divulgar estudos científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, a exemplo do que fez por muitos anos a indústria do tabaco, relaciona a expansão dos grãos da empresa com suicídios de agricultores na Índia, rememora casos de contaminação pelo produto químico PCB e detalha as relações políticas da companhia que permitiram a liberação do plantio de transgênicos nos Estados Unidos. Em 2007, havia mais de 100 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas, metade nos EUA e o restante em países emergentes como a Argentina, a China e o Brasil.


Marie-Monique Robin, renomada jornalista investigativa com 25 anos de experiência, traz depoimentos inéditos de cientistas, políticos e advogados. A obra esmiúça as relações políticas da multinacional com o governo democrata de Bill Clinton (1993-2001), e com o gabinete do ex-premier britânico Tony Blair. Entre as fontes estão ex-integrantes da Food and Drug Administration (FDA), a agência responsável pela liberação de alimentos e medicamentos nos EUA.



A repórter, filha de agricultores, viajou à Grã-Bretanha, Índia, México, Paraguai, Vietnã, Noruega e Itália para fazer as entrevistas. Antes, fez um profundo levantamento na internet e baseou sua investigação em documentos on-line para evitar possíveis processos movidos pela Monsanto. A empresa não deu entrevista à jornalista, mas, há poucas semanas, durante uma apresentação em Paris de outro documentário de Robin, uma funcionária da multinacional apareceu e avisou que a companhia seguia seus passos. Detalhe: a sede da Monsanto fica em Lyon, distante 465 quilômetros da capital francesa.


Procurada por CartaCapital, a Monsanto recusou-se a comentar as acusações no livro. Uma assessora sugeriu uma visita ao site da Associação Francesa de Informação Científica, onde há artigos de cientistas com críticas ao livro de Robin. A revista, devidamente autorizada pelo autor, reproduz na página 11 trechos do artigo de um desses cientistas, Marcel Kuntz, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Grenoble.


Não é de hoje, mostra o livro, que herbicidas da Monsanto causam problemas ambientais e sociais. Robin narra a história de um processo movido por moradores da pequena Anniston, no Sul dos EUA, contra a multinacional, dona de uma fábrica de PCB fechada em 1971. Conhecida no Brasil como Ascarel, a substância tóxica era usada na fabricação de transformadores e entrava na composição da tinta usada na pintura dos cascos das embarcações. Aqui foi proibida em 1981.


A Monsanto, relata a repórter, sabia dos efeitos perversos do produto desde 1937. Mas manteve a fábrica em funcionamento por mais 34 anos. Em 2002, após sete anos de briga, os moradores de Anniston ganharam uma indenização de 700 milhões de dólares. Na cidade, com menos de 20 mil habitantes, foram registrados 450 casos de crianças com uma doença motora cerebral, além de dezenas de mortes provocadas pela contaminação com o PCB. Há 42 anos, a própria Monsanto realizou um estudo com a água de Anniston: os peixes morreram em três minutos cuspindo sangue.


Robin alerta que os tentáculos da Monsanto atingem até a Casa Branca. A influência remonta aos tempos da Segunda Guerra Mundial e ao período da chamada Guerra Fria. Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa do governo Bush júnior, dirigiu a divisão farmacêutica da companhia. A multinacional manteve ainda uma parceria com os militares. Em 1942, o diretor Charles Thomas e a empresa ingressaram no Projeto Manhattan, que resultou na produção da bomba atômica. O executivo encerrou a carreira na presidência da Monsanto (1951-1960).


Na Guerra do Vietnã (1959-1975), a empresa fornecia o agente laranja, cujos efeitos duram até hoje. A jornalista visitou o Museu dos Horrores da Dioxina, em Ho Chi Minh (antiga Saigon), onde se podem ver os efeitos do produto sobre fetos e recém-nascidos.Alan Gibson, vice-presidente da associação dos veteranos norte-americanos da Guerra do Vietnã, falou à autora dos efeitos do agente laranja: "Um dia, estava lavando os pés e um pedaço de osso ficou na minha mão".


Boa parte do trabalho de Robin é dedicada a narrar as pressões sofridas por pesquisadores e funcionários de órgãos públicos que decidiram denunciar os efeitos dos produtos da empresa. É o exemplo de Cate Jenkis, química da EPA, a agência ambiental dos Estados Unidos.Em 1990, Jenkis fez um relatório sobre os efeitos da dioxina, o que lhe valeu a transferência para um posto burocrático. Graças à denúncia da pesquisadora, a lei americana mudou e passou a conceder auxílio a ex-combatentes do Vietnã. Após longa batalha judicial, Jenkis foi reintegrada ao antigo posto.


Há também o relato de Richard Burroughs, funcionário da FDA encarregado de avaliar o hormônio de crescimento bovino da Monsanto. Burroughs diz ter comprovado os efeitos nocivos do hormônio para a saúde de homens e animais e constatou que, com o gado debilitado, os pecuaristas usavam altas doses de antibióticos. Resultado: o leite acabava contaminado. Burroughs, conta a jornalista, foi demitido. Mas um estudo recente revela que a taxa de câncer no seio entre as norte-americanas com mais de 50 anos cresceu 55,3% entre 1994, ano do lançamento do hormônio nos Estados Unidos, e 2002.


Segundo Robin, a liberação das sementes transgênicas nos Estados Unidos foi resultado do forte lobby da empresa na Casa Branca, principalmente durante o governo Clinton. Uma das "coincidências": quem elaborou, na FDA, a regulamentação dos grãos geneticamente modificados foi Michael Taylor, que nos anos 90 fora um dos vice-presidentes da Monsanto.


A repórter se detém sobre o "princípio da equivalência em substância", conceito fundamental para regulamentação dos transgênicos em todo o mundo. A fórmula estabelece que os componentes dos alimentos de uma planta transgênica serão os mesmos ou similares aos encontrados nos alimentos "convencionais".Robin encontrou-se com Dan Glickman, que foi secretário de Estado da Agricultura do governo Clinton, responsável pela autorização dos transgênicos nos EUA. Glickman confessou, em 2006, ter mudado de posição e admitiu ter sido pressionado após sugerir que as companhias realizassem testes suplementares sobre os transgênicos. As críticas vieram dos colegas da área de comércio exterior.


Houve pressões, segundo o livro, também no Reino Unido. O cientista Arpad Pusztai, funcionário do Instituto Rowett, um dos mais renomados da Grã-Bretanha, teria sido punido após divulgar resultados controversos sobre alimentos transgênicos. Em 1998, Pusztai deu uma entrevista à rede de tevê BBC. Perguntado se comeria batatas transgênicas, disparou: "Não. Como um cientista que trabalha ativamente neste setor, considero que não é justo tomar os cidadãos britânicos por cobaias". Após a entrevista, o contrato de Pusztai foi suspenso, sua equipe dissolvida, os documentos e computadores confiscados. Pusztai também foi proibido de falar com a imprensa. No artigo reproduzido à página 11, Kuntz afirma que o cientista perdeu o emprego por não apresentar resultados consistentes que embasassem as declarações à imprensa.


Pusztai afirma que só compreendeu a situação, em 1999, ao saber que assessores do governo britânico haviam ligado para a direção do instituto no dia da sua demissão. Em 2003, Robert Orsko, ex-integrante do Instituto Rowett, teria confirmado que a "Monsanto tinha ligado para Bill Clinton, que, em seguida, ligou para Tony Blair". E assim o cientista perdeu o emprego.Nas viagens por países emergentes, Robin colheu histórias de falta de controle no plantio de transgênicos e prejuízos a pequenos agricultores. No México, na Argentina e no Brasil, plantações de soja e milho convencionais acabaram contaminadas por transgênicos, o que forçou, como no caso brasileiro, a liberação do uso das sementes da Monsanto (que fatura com os royalties).


De acordo com a jornalista, o uso da soja Roundup Ready (RR), muito utilizada no Brasil e na Argentina, acrescenta outro ganho à Monsanto, ao provocar o aumento do uso do herbicida Roundup. Na era pré-RR, a Argentina consumia 1 milhão de litros de glifosato, volume que saltou para 150 milhões em 2005. De lá para cá, a empresa suprimiu os descontos na comercialização do pesticida, aumentando seus lucros.


Um dos ícones do drama social dos transgênicos, diz o livro, é a Índia. Entre junho de 2005 (data da introdução do algodão transgênico Bt no estado indiano de Maharashtra) e dezembro de 2006, 1.280 agricultores se mataram. Um suicídio a cada oito horas. A maioria por não conseguir bancar os custos com o plantio de grãos geneticamente modificados.Robin relata a tragédia desses agricultores, que, durante séculos, semearam seus campos e agora se vêm às voltas com a compra de sementes, adubos e pesticidas, num círculo vicioso que termina em muitos casos na ingestão de um frasco de Roundup.


A jornalista descreve ainda o que diz ser o poder da Monsanto sobre a mídia internacional. Cita, entre outros, os casos dos jornalistas norte-americanos Jane Akre e Steve Wilson, duramente sancionados por terem realizado, em 1996, um documentário sobre o hormônio do crescimento. No país da democracia, a dupla se transformou em símbolo da censura.


Os cientistas, conta o livro, são frequentemente "cooptados" pela gigante norte-americana. Entre os "vendidos" está o renomado cancerologista Richard Doll, reconhecido por trabalhos que auxiliaram no combate à indústria do tabaco. Doll faleceu em 2005. No ano seguinte, o jornal britânico The Guardian revelou que durante 20 anos o pesquisador trabalhou para a Monsanto. Sua tarefa, com remuneração diária de 1,5 mil dólares, era a de redigir artigos provando que o meio ambiente tem uma função limitada na progressão das doenças. Foi um intenso arquiteto do "mundo mágico" da Monsanto.



Para saber mais, documentários sobre Monsanto:


Documental sobre el futuro de la alimentación, grandes corporaciones, pesticidas, MONSANTO, sus mentiras y manipulaciones, ingeniería genética, patentes, semillas, huertos ecológicos, etc. Si perdemos la tierra que nos alimenta, y la ponemos en manos de las grandes corporaciones, ¿qué nos queda? Hay que retornar a valores más sanos, hay que volver a la tierra. Un documental fundamental. Lamento que esté subtitulado, pero no lo he encontrado original.



The World According to Monsanto
Completo em inglês: http://video.google.com/videoplay?docid=-842180934463681887&hl



Crimes Monsanto - Manipulação alimentar - debates no Orkut





Os atos da Monsanto são crimes contra a Humanidade e ao Planeta.
Impossível omitir sem tornar-se cumplice.
Saber é um direito, denunciar é um dever de cidadania.
Proteger a vida sempre é a herança mais valiosa e original para presentear o futuro.

sábado, 5 de abril de 2008

Zeitgeist - Terapia de Choque

Há alguns meses atrás, eu recebi através de um scrap do Orkut um link. Dizia apenas: "assista, você vai se surpreender". Aquele link, naquele momento, não fez tanta diferença para mim. Cliquei e deixei lá, carregando em outra aba do Firefox enquanto eu me ocupava com momentos criativos para um trabalho temporário, meu jogo de pôquer online e minha paciência spider. Além disso, passei o dia no messenger falando de outros assuntos. Fim de noite, o sono já estava começando a pesar nos olhos (e nas minhas olheiras de maníaca). O link continuava ali. O vídeo estava carregado. Pensei: "por que não agora?". E pressionei o play.

O som da abertura é de deixar qualquer ser humano paranóico. Uma seqüência de imagens horríveis. Pessoas correndo, matando e bombardeando umas às outras. Depois, uma seqüência se lindas imagens do planeta, visto do espaço, de milhões de estrelas, da beleza do universo, da natureza. E novas seqüências surgiam, algumas sobre a evolução, outras sobre paz, muitas de pessoas com a tragédia estampada no rosto. De repente, uma pausa, uma imagem que me fez prestar atenção. O sono era mais forte do que eu. Mas a voz era mais forte que o meu sono. "Quanto mais você se educar, mais compreenderá de onde tudo vem, mais óbvias se tornarão as coisas e aí você começará a ver mentiras por todos os lados. Você precisa saber da verdade, procurar a verdade, e a verdade te libertará". Daí para frente, meu sono simplesmente desapareceu e eu conheci "Zeitgeist - The Movie".

No dia 15 de março, mais de 95 mil pessoas, em mais de 70 países e mais de 400 cidades diferentes, assistiram esse documentário de Peter Joseph. Zeitgeist foi produzido sem fins lucrativos, e seu objetivo é inspirar pessoas ao redor do globo a olhar para si próprias e para o "sistema" sob outra perspectiva, buscando a verdade naquilo que obviamente ninguém quer buscar. Se em um único dia, Zeitgeist foi visto por esse incrível número de pessoas, imagine quantos expectadores já existem do filme desde junho de 2007, quando foi oficialmente lançado na internet. Não, o filme não teve sua exibição proibida. Não, não foi retirado do Google Vídeo. Está em todos os lugares, em várias listas de discussão, até em fóruns de comunidades do Orkut. Basta procurar.

Mas qual a razão de Zeitgeist ser tão debatido? O filme é dividido em três partes. A primeira parte fala sobre o controle do poder através da religião: quem foi Jesus Cristo? Ele realmente existiu? O que são os chamados "Messias Solares"? De que maneira a religião pode controlar a população deste planeta? Afinal, a Era de Aquário realmente tem a ver com o fim dos tempos? Quem está certo? E quem está errado? O cristianismo tem sua parte de culpa na atual situação do mundo? A segunda parte é dedicada ao controle do poder através das guerras: 11/9 foi um atentado planejado por Osama Bin Laden? O que realmente aconteceu com o Pentágono? Quem bancou toda essa tragédia? Existe, de fato, algum envolvimento do próprio governo norte-americano nisso tudo? E Pearl Harbor? E as grandes guerras? E o Vietnã? Quem ganha com tudo isso? Quem perde com tudo isso? A terceira e conclusiva parte diz respeito ao controle do poder através do dinheiro. Afinal, por que o dólar é uma moeda tão poderosa? Qual o propósito da União Européia? De que maneira o Banco Central norte-americano age? Quem são os verdadeiros donos dos Estados Unidos e de boa parte do mundo? O que "eles" querem de nós? E a mídia, onde fica nessa história? Qual o grande objetivo de centralizar o poder do mundo nas mãos de poucas pessoas?

São tantas perguntas que dá até ânsia de vômito só de pensar em encontrar as respostas. E Zeitgeist tem uma pretensão, que é nos passar pequenos trechos, de pequenas verdades, que, juntas, transformam-se num turbilhão de perguntas para colocar a própria cabeça para funcionar. Questionamento. Essa é uma palavra que está fora de moda? O que acontece com os jovens recém-formados? Ouço muitos bastante preocupados em procurar logo um estágio, para adquirir experiência, para conseguir um emprego descente e construir uma carreira de sucesso, para comprar tudo aquilo que deseja para si, talvez ajudar a família. Não estão preocupados com o que o professor escreve no quadro, nem com as apostilas e bibliografias que devem ler. Fogem de palestras e debates como o diabo foge da cruz. Odeiam quando um aluno levanta a mão na sala de aula, no final do turno, às 22h45, com uma dúvida. Aliás, o odeiam tanto que chegam a isola-lo dos demais. Ou até se aproximam, porque ele conhece os horários das aulas, é para ele que o professor envia a pauta dos próximos trabalhos, é ele que salva o grupo de estudo inteiro na "hora H".

No início do conceito de universidade, e volto lá atrás, com a primeira grande escola de filosofia, a chamada Academia de Platão, os assuntos eram debatidos para gerar conhecimento. O questionamento é o princípio fundamental do conceito de universidade. E onde foi parar esse princípio? Alguém pode surgir com a simples idéia de que é culpa do sistema de educação. Mas eu acredito que seja muito mais complicado do que isso. Por que? Porque existem exceções à regra. Existem os curiosos, os cientistas, os "nerds" por puro gosto (meu caso). Há quem realmente QUEIRA aprender. Atualmente, as pessoas condicionam umas às outras e condicionam a si mesmas a não usar o poder do questionamento. Sim, é um tipo de poder. E está tão escondido que mal nos lembramos de fazer uso dele.

E Zeitgeist transborda questionamento. É quase como uma terapia de choque, ou um susto, é sobreviver a uma queda brusca de vários andares de um prédio, ou a uma tentativa de assassinato. Vê-se aquela luz branca, a vida inteira passa diante dos próprios olhos, e finalmente se conhece a verdade. Peter Joseph teve muita coragem para abordar certos aspectos de poder. E, na minha sincera opinião, as duas outras partes do filme são muito importantes, mas a primeira parte é aquela que realmente mexe com os brios de qualquer ser humano, seja ele cristão ou não.

Remexer na idéia de que Jesus Cristo talvez nunca tenha existido, baseando-se em fatos e registros históricos (ou a falta deles) e interpretando os trechos da Bíblia como um texto meramente astrológico é para quem tem "bolas". Os ateus sentem-se regozijados com esse ato de Joseph; os céticos tendem a duvidar dele e alguns deles chegam a deduzir que Joseph não passa de um paranóico, assim como os próprios ateus. Os cristãos... Bem, os cristãos têm vontade de torcer o pescoço dele, assim como Homer Simpson torce o de Bart. Com aquele gosto, com prazer. O motivo é deveras simples. Não só Peter Joseph questiona a existência de Jesus Cristo como compara sua história de vida à de dezenas de outros messias, de diversas culturas. Aliás, o trecho mais irritante para os cristãos não é a correlação entre a vida de Jesus e os eventos astrológicos. É teorizar sobre a hipótese de que o "mito" não tenha passado de um plágio da história de Hórus, tornando Jesus o que Peter Joseph chama de um mito híbrido.

Estou totalmente certa de que essa é a parte mais perigosa deste documentário. É a parte mais passível de questionamento. Na comunidade Zeitgeist - The Movie, no Orkut, há tópicos que tratam explicitamente dessa discussão: "Zeitgeist Apocalíptico", "E o espiritismo, será também uma farsa?", "Terceira Guerra Mundial poderá ser religiosa!". A discussão simplesmente não tem fim. Enquanto uns defendem que o documentário é uma provocação à sociedade cristã e que possui o claro (?) objetivo de diminuir o papel de Jesus Cristo na vida dos seres humanos, outros acham o autor um paranóico cheio de teorias de conspiração furadas sobre o assunto. Outros vão mais fundo e se esforçam para explicar o ponto de vista do autor, e acabam por ser taxados de paranóicos também. Até INRI Cristo, entrou na roda dos comentários sobre o filme. Aliás, a resposta é surpreendente.

As segunda e terceira partes do documentário são chocantes, mais do que polêmicas. São possibilidades de respostas para perguntas que fazemos a nós mesmos, vez ou outra. E eu não vou estragar a surpresa aos meus leitores.

E aqui, eu cito alguns trechos que eu mesma já escrevi, em um dos tópicos de discussão.

"E estou simplesmente chocada com a guerra de idéias e pensamentos que se formou... ÓTIMO! Uma das coisas que não acontecem mais nas universidades pelo mundo a fora é a DISCUSSÃO de idéias, a DEFESA de pensamentos e opiniões, a BUSCA interminável pela verdade...

"(...) O que eu pude entender com o filme é que, desde o início dos tempos, a humanidade vem criando seus próprios mitos, para dar sentido à vida. Pense: você nasce, cresce, se reproduz e morre. Assim é com as plantas, assim é com os outros animais desse planeta. Nós, que somos dotados de uma grande curiosidade e de raciocínio lógico, procuramos "fugas" da lógica ou explicações para aquilo que não conseguimos explicar. As religiões fazem isso. Os deuses, os mitos fazem isso. (...) Não é ruim acreditar em mitos. Não é ruim ter religião. O ruim é não admitir essa verdade. Nós necessitamos disso. É preciso ter a tão falada FÉ em alguma coisa. Alguns têm fé em Deus, em Jesus; outros, fé em Buda; muitos têm fé nas pessoas e em si próprios. Não importa no que se tenha fé. Fé é uma forma de inspirar-se, para acordar todos os dias e fazer o que fazemos... trabalhar, estudar, etc. As pessoas são sim CONDICIONÁVEIS a acreditar em algo. Lavagem cerebral não é isso também? É condicionar alguém a acreditar em alguma coisa, e tomar aquilo por verdade absoluta. Ninguém consegue dissuadir uma opinião condicionada, formada através de anos, sempre batendo na mesma tecla. A ciência explica isso e, de certa maneira, a religião é autoexplicativa nesse ponto. (...) Em conclusão da minha opinião sobre o filme todo, Zeitgeist pode nos ter oferecido mais uma chance de questionar o objetivo de tudo isso: governo único, conceito de poder, religião (e não FÉ), criar novas teorias de conspiração para que sejam JUSTAMENTE questionadas!

Essa, ao que me parece, é a mensagem do filme.

"Saiba da verdade, porque a verdade te libertará".

Imagine o conceito de liberdade! E QUESTIONE! SEMPRE!

Melhor não dizer mais nada. Você mesmo pode criar sua opinião.



Zeitgeist Terapia de Choque - Tópico de debate - Orkut